Mudanças econômicas, avanços tecnológicos e comportamentos de consumo  estão moldando um novo cenário no mercado de saúde em 2025.¹

Os consumidores estão cada vez mais focados em suas jornadas de longevidade, adotando mudanças comportamentais que visam melhorar a qualidade de vida no futuro. Esse engajamento crescente reflete a busca por soluções preventivas e personalizadas, que integram saúde e bem-estar.²

A seguir, destacamos as principais tendências do próximo ano que impulsionarão as transformações no setor de saúde e ciência, redefinindo também a maneira como as empresas deste contexto se comunicam.

1. Personalização inteligente

A medicina preditiva, preventiva e personalizada está no caminho para se consolidar como um novo padrão. A integração entre genômica, epigenética e inteligência artificial (IA) permite desenvolver soluções personalizadas, ajustadas às necessidades específicas de cada paciente.³

De acordo com o Future Health Index 2024, a maior pesquisa global sobre o tema, que reuniu respostas de quase 3.000 líderes de saúde em 14 países, a IA já está sendo implementada em várias frentes, como suporte à decisão clínica, monitoramento hospitalar, gerenciamento de medicamentos, planejamento de tratamentos, radiologia e cuidados preventivos.⁴

Com o avanço do cuidado além dos limites hospitalares, o monitoramento remoto de pacientes é apontado como uma prioridade para os próximos três anos, reforçando o papel da IA no suporte ao cuidado tanto no hospital quanto em casa.⁴

Implementação atual e planejada de IA para suporte à decisão clínica ⁴

O investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento é essencial para abordar lacunas clínicas e melhorar os resultados em saúde. Por isso, é importante explorar tecnologias que proporcionem benefícios reais, superando funcionalidades superficiais.^1,2

Por exemplo:

• Chatbots com IA podem facilitar o acesso inicial ao sistema de saúde, conectando os usuários a serviços virtuais ou presenciais de forma eficiente;³
• A aplicação de IA e modelagem preditiva pode utilizar dados como de hábitos alimentares e parâmetros ambientais para identificar sinais precoces de riscos à saúde.³

Antes de investir, identifique os casos de uso mais relevantes e assegure transparência ao comunicar as suas aplicações. O uso da IA exige uma abordagem ética e responsável, já que a sua má utilização pode gerar respostas imprecisas, perpetuar vieses e desinformação.²

Além disso, a supervisão humana continua sendo indispensável, assim como a manutenção de interações interpessoais, que permanecem um pilar essencial na construção de experiências de marca.²

2. Abordagem humanizada com foco no paciente

Populações envelhecidas, os efeitos residuais da pandemia e avanços tecnológicos estão impulsionando essa abordagem.²

Diante do aumento do custo de vida, das pressões da vida moderna e da “cultura do burnout” as pessoas estão redefinindo conceitos como comunidade, cuidado e realização pessoal com uma crescente valorização de pequenos prazeres e redes de apoio comunitárias, além de adotar conquistas individuais mais realistas e sustentáveis.⁵

Nesse contexto, soluções direcionadas para públicos específicos ganham relevância. Produtos e serviços que atendam a essas preocupações físicas e mentais, tem a oportunidade de se destacar como referências no cuidado integral.⁵

3. Educação em saúde e o combate à desinformação

A desinformação resulta na disseminação de informações falsas, muitas vezes com o intuito de desacreditar políticas públicas e autoridades sanitárias. Como consequência, os cidadãos são privados de informações corretas, essenciais para decisões conscientes sobre a sua própria saúde. ⁶

Este fenômeno pode impactar diretamente o bem-estar físico, mental e social, influenciando opiniões e escolhas que afetam o equilíbrio necessário para uma vida saudável.⁶

O setor de vacinas, por exemplo, é amplamente afetado pela desinformação. Um estudo sobre a consciência vacinal no Brasil publicado pelo Conselho Nacional do Ministério Público em 2024, demonstrou que: ⁷

Em um cenário de crise de desinformação, os consumidores estão cada vez mais focados em fatos, valorizando a transparência autêntica em detrimento de narrativas excessivamente elaboradas. Comunicações honestas e abordagens de vendas otimizadas serão fundamentais para conquistar a confiança desse público.⁵

4. Sustentabilidade e consumo consciente

As pessoas seguem adotando escolhas que impactam positivamente o meio ambiente, mas com uma abordagem mais pragmática. Investir em alternativas sustentáveis permanece uma decisão consciente, guiada por valores pessoais, embora os consumidores também priorizem os benefícios práticos que esses produtos oferecem em relação às suas necessidades.²

Segundo a pesquisa Future Health Index, 86% dos líderes de saúde acreditam que reduzir as emissões de CO₂ e o impacto ambiental deve ser uma prioridade máxima para as organizações.⁴

Com esse senso de urgência, estratégias de sustentabilidade já estão sendo implementadas, como reciclagem de resíduos, redução de substâncias perigosas, conservação de água e diminuição do consumo de energia.⁴

Nos próximos três anos, os líderes planejam avançar ainda mais, adotando práticas como a escolha de fornecedores com metas de sustentabilidade, compras de equipamentos circulares e investimentos em edifícios e infraestrutura verdes.⁴

Para atender a essas demandas, produtos e serviços eco-friendly precisam unir atributos sustentáveis com eficiência, qualidade e preços acessíveis. Empresas que adotarem práticas sustentáveis ao longo de toda a cadeia de suprimentos tendem a conquistar maior lealdade do consumidor.^1,2

Considerações Finais

A comunicação para os setores de ciência e saúde em 2025, estão ancorados em inovação, transparência e empatia. As empresas que conseguirem navegar essas tendências e oferecer soluções alinhadas às necessidades dos consumidores estarão posicionadas para liderar um mercado em constante evolução.¹

E lembre-se, a transformação na saúde não é apenas tecnológica, mas também social. A humanização e a confiança serão os pilares centrais para conquistar e fidelizar o público.^2,5

Referências Bibliográficas

1. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO; UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO; INSTITUTO DE PESQUISAS SOCIAIS, POLITICAS E ECONÔMICAS. Estudo Sobre a Consciência Vacinal no Brasil . Conselho Nacional do Ministério Público. Disponível em: <https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comissoes/comissao-da-saude/pacto-nacional-pela-consciencia-vacinal/estudo-sobre-a-consciencia-vacinal-no-brasil>. Acesso em: 17 dez. 2024.
2. STEWART, Matt ; VERMA, Adtiya. What to Look for in 2025: Key Trends and Opportunities in the Consumer Health Market. IQVIA. Disponível em: <https://www.iqvia.com/blogs/2024/10/key-trends-and-opportunities-in-the-consumer-health-market>. Acesso em: 12 dez. 2024.
3. EUROMONITOR INTERNATIONAL. Top global consumer trends 2025 . Euromonitor International. Disponível em: <https://go.euromonitor.com/white-paper-2025-global-consumer-trends.html>. Acesso em: 12 dez. 2024.
4. DELOITTE. Predicting the future of healthcare and life sciences in 2025. Deloitte. Disponível em: <https://www.deloitte.com/ch/en/Industries/life-sciences-health-care/perspectives/predicting-the-future-of-healthcare-and-life-sciences-in-2025.html>. Acesso em: 13 dez. 2024.
5. PHILIPS. Better care for more people – 2024 global report. Future Health Index 2024 . Disponível em: <https://www.philips.com/a-w/about/news/future-health-index/reports/2024/better-care-for-more-people>. Acesso em: 17 dez. 2024.
6. WGSN. Future Consumer 2026 . WGSN. Disponível em: <https://www.wgsn.com/en/future-consumer-2026>. Acesso em: 12 dez. 2024.
7. SACRAMENTO, Igor; ALBUQUERQUE, Afonso de; ARAÚJO, Kizi; et al. Guia para profissionais de saúde: desinformação sobre saúde: vamos enfrentar esse problema? Fiocruz. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63242>. Acesso em: 13 dez. 2024.